terça-feira, 29 de junho de 2010

Não ao fechamento das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo




Obrigado a todos: (Inclusive os dirigente municipais)
Vinicius Jardim nosso gênio da arte; Paulo Burani a lição de solidariedade e amor ao semelhante; Carlos Macedo o incansável batalhador pela arte representando nosso oeste paulista lá em Brasília e o Clube do Meio Artístico em Caiabu/SP; Nelma Mélo o renascimento do Clube do Meio Artístico, nossa maestrina de cultura popular; Renato de Jesus quase meu irmão gêmeo, o orgulho de ser caipira; Dersan Magalhães o Clube do Meio Artístico de Regente Feijó/SP; Rogério Bonato nosso exemplo de arte popular; Rodrigo de Morais sempre pronto a participar; Ana Claudia atriz bailarina que enfeita; Layne Laes lutadora, atriz, nosso cabelinho de fogo; Victor Hugo o nascimento de um dramaturgo; Silvio Moreira exemplo de trabalho e amor a arte são mais de 30 anos de luta; Rico; Ailton Menezes; Juliana Scorza; Brincantes do pisachão; é muita gente.... são muitos...e vamos descobrir mais! Obrigado a todos ....valeu moçada!
Um especial obrigado ao Paulo Brasil, incansável, quantas madrugadas o encontrei ainda acordado, cumprindo sua missão alem de exemplo de gestor de cultura, emana sensibilidade, arte.... É assim mesmo – cumprir a missão. Os deuses nos escolheram como artistas mas em contrapartida temos de descobrir nossa missão. Dessa forma a vida vale a pena.

Deixo aqui para aqueles que entenderam a filosofia do Clube do Meio Artístico a frase de minha canção feita em 1980, aqui em P Prudente mesmo durante uma festa: “Entre os amigos, fazer canções. Unir as forças, unir violões” (“Viajar a canção” – Jotacê Cardoso).

Vamos guardar esse dia: 29 de Junho de 2010 – Dia de São Pedro – Salve São PAULO.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MANIFESTO de ADVERTÊNCIA - OCR Timochenco Wehbi

MANIFESTO de ADVERTÊNCIA
Para a Imprensa e
ouvidoria@cultura.sp.gov.br

A todos, sobre o ato do encerramento das atividades da Oficina Cultural Regional Timochenco Wehbi e mais todas as unidades que compõe o sistema Oficinas.
Somente em nossa região serão
54 municípios servidos atingidos pela determinação,
todos em vias de consolidação estrutural ao sistema, que abrangem atividades importantes de formação,workshops e apresentações de formação de público.


Lembramos que:

A mãe das musas, protetora das Artes E da HISTÓRIA é Mnémosine (de onde vem MEMÓRIA), filha do céu e da Terra, irmã de Chronos (o TEMPO)! Mnémosine (MEMÓRIA), possibilitava lembrar do passado e transmitir memória e imaginação. Assim, cabe aos artistas resgatar do esquecimento o que é importante e transmitir, sob sua proteção, o que não pode e não deve ser esquecido dos nossos ancestrais.

O encerramento das Oficinas Culturais do estado, não somente pela arbitrariedade do ato, mas pela extrema deselegância e leviandade, é um desacato ao espírito que parecia nortear suas ações. Sua própria burocracia, extremada e cansativa, lamentada porém nunca discutida, e
vista pelos próprios arte-educadores como um entrave à adesão de potenciais novos oficineiros, torna incompreensível a brutalidade arrogante e impensada da ação, fazendo lembrar dos "velhos" tempos da ditadura.

É ingênuo e impossível supor que não se enxergue ilações desta ação lastimável ao período eleitoral, e o oportunismo apressado do comunicado à época de comemoração da Copa do mundo.

Ninguém pode ficar indiferentes a este estado de coisas, beneficiadores e/ou beneficiados.

A sociedade, que tanto têm se movimentado e aprimorado na defesa pelos mais desvalidos deve agora demonstrar sua consciência de propósitos e manifestar também agora sua indignação moral, mesmo que ainda por coerência de princípios.

TODOS com capacidade de discernimento têm por dever se manifestar, aderindo ou atuando contra o fechamento da OCR: são 75 artistas em média, a cada programação; incentivadores e multiplicadores de Cultura, que um país como o nosso não pode prescindir, e que levam à máxima perseguida pelo grande educador brasileiro Anísio Teixeira fundador dos princípios da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e a capacidade de julgamento, em detrimento da memorização subserviente:

EDUCAÇÃO UNIVERSAL, LAICA, GRATUITA E DE QUALIDADE, PARA TODOS, AO ALCANCE DE TODOS.

Como Anísio Teixeira, que era contrário à educação como processo exclusivo de formação de uma elite, e que mantinha a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância e morreu em circunstâncias covardes e no mínimo discutíveis, estamos assistindo agora uma paródia da mesma ignorância truculenta que vitima os mesmos princípios. Voltamos à era da obscuridade? Continuaremos amordaçados pela indiferença?

Manifestem-se junto à Secretaria de Estado da Cultura declarando seu protesto,a favor da continuidade do projeto. A Cultura como um todo perde muito com essa decisão que marca impunemente um retrocesso! Não podemos aceitar nem ser indiferentes!

Não podemos aceitar ingerências, trocas arbitrárias, inexplicáveis ou mal explicadas de trocas de secretário, em entidades regidas por contrato e princípios legais e legítimos.
É verba pública.

Citando ainda o pouco lembrado Anísio Teixeira:

"Choca-me ver o desbarato dos recursos públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou
francamente eleitoreiras".

Em nome da decência pública, manifeste-se!
FAÇA POR MERECER, RESPONSABILIZE-SE!
Envie carta, e-mail para a Secretaria de Estado da Cultura URGENTEMENTE!

( Presidente Prudente, Junho de 2010)

Vinicius Jardim / Jotacê Cardoso / Nelma Mélo / Silvio Moreira / Victor Hugo / Layne Laes / Paulo Burani / Clube do Meio Artístico /


No Caminho, com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa


Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

Enviar para Secretaria de Estado da Cultura
ouvidoria@cultura.sp.gov.br