sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sarau Solidário "No beco com os amigos" APE

Veja as fotos nos álbuns postados no Facebook:





https://www.facebook.com/jotacemusico/media_set?set=a.10203273508898204.1073742138.1224034322&type=1&pnref=story

https://www.facebook.com/jotacemusico/media_set?set=a.10203272945284114.1073742135.1224034322&type=1&pnref=story



“Que importa a paisagem, a Glória, a baia, a linha do horizonte? – O que eu vejo é o beco.”

Manuel Bandeira





            De apenas dois versos, sem o rigor do dístico latino, cheio de elipses mentais, o Poema do Beco, de Manuel Bandeira, é uma das mais simples declarações a respeito da importância do posto de observação do poeta, da sua condição essencial de olhar, da sua valoração peculiar despendida às coisas olhadas. Para Bandeira, o seu ponto de vista, ainda que não corresponda absolutamente às imagens de cartão postal, mesmo que se resuma à circunstância estreita, lodosa e pardacenta do beco, é o que lhe preenche, o que significa, o que lhe permite ver, criar, transcender poeticamente o espaço, descobrir amplidão na estreiteza, riqueza na banalidade, erudição no saber popular.
            Na poesia bandeiriana, o sujeito – e o olhar – fazem-se amplos, na preconizada estreiteza e obliquidade do beco, no caso, reduto dos escritores e poetas de Presidente Prudente, na circunstância existencial e os contextos culturais, econômicos e sociais que vivenciam, associando-se ao tema do Sarau Solidário. Reduzir o beco apenas à sua condição de estreiteza é tão redutor quanto inserir Pasárgada no plano da utopia. Ocorre que ambas são metáforas espaciais que falam menos de aperto e evasão e, muito mais, de abrangência, libertinagem, alumbramento; e sugerem, portanto, a amplitude de um ponto de vista peculiar, o alargamento do campo de visão cuja miopia, conforme já dito aqui, é eficiência e não deficiência.
            O uso da metáfora sobre a vida estreita e limitada na imagem do beco, torna a poesia libertina de Bandeira a aceitação da própria situação integrada e marginal, conforme e desregrada, incisiva e afetuosa, e que não se exila de um espaço que intui-institui por direito e exercício. E, por isso, promove a dissolução dos ritmos, absorve a língua certa, língua errada do povo uma poética em que a mancha no brim/papel é mais uma proposta e uma bem-vinda circunstância da vida.



SARAU SOLIDÁRIO “NO BECO COM OS AMIGOS”
Associação Prudentina de Escritores (APE)
Centro Cultural Matarazzo
no Boulevard Os Sombras e Os Temperamentais
Dia 17 (Sábado)
Horário: Às 19h30,
Rua Quintino Bocaiúva, Nº 749
Vila Marcondes
Presidente Prudente - São Paulo
Mais Informações:
sarauape@gmail.com
Fones: (18) 3906 1168 a/c de Carlos Freixo ou Eveli
e 3226-3399
centroculturalmatarazzo@culturapp.com.br
biblioteca@presidenteprudente.sp.gov.br